segunda-feira, 30 de abril de 2012

ESPORTE ADAPTADO



Não é mais novidade o fato de que o termo inclusão social ganha importância gradativa em todas as esferas sociais. Nos esportes, se potencializa ainda mais pela própria essência de superação e quebra constante de recordes. E o número crescente de praticantes cadeirantes em modalidades adaptadas fortalece todo contexto.

O início dos esportes para os deficientes se deu a 56 anos, na época da II grande guerra mundial. Um médico Inglês teve esta idéia para aumentar a integração dos deficientes à sociedade e proporcionar mais um tipo de atividade, onde as pessoas trabalhariam com a mente e o corpo, resultando numa melhor reabilitação física e mental. Daquela época em diante, foram criadas ou adaptadas várias modalidades esportivas, para diferentes tipos de deficiências e, diversas competições, gerando atletas amadores e profissionais.

Importante: na lesão medular, é imprescindível que, antes de qualquer prática esportiva ou esforço físico, a pessoa seja avaliada por médicos especialistas em lesão medular, sobretudo o fisiatra, ortopedista e neurologista, para constatar que o esforço físico não trará nenhum dano ao corpo, como nos casos de seringomielia, colunas mau fixadas por hastes e ou fios, e outros.

Competições

Existem inúmeras competições para atletas profissionais ou amadores, dividas em regionais, inter-municipais, inter-estaduais, nacionais, internacionais e olímpicas.

Para que não haja uma disparidade entre os competidores, para a maioria das competições, existe uma classificação, levando em conta o tipo de deficiência e grau de comprometimento, fazendo com que nas competições vença o melhor, aquele que tenha mais treino, habilidade e técnica, e não vencer, porque tem mais movimentos e/ou força, por diferentes níveis de lesão na medula, por exemplo.

Paraolimpíadas 

Os jogos Paraolímpicos são realizadas no mesmo país e locais de competição das Olimpíadas, duas semanas após o seu término. As piscinas, os ginásios, as quadras de esportes, raias de iatismo, velódromos, estádio de atletismo, ruas da cidade para corridas, etc., são os mesmos utilizados pelos atletas não deficientes.

A palavra Paraolimpíada não significa "Olimpíadas de paraplégicos ou deficientes", e sim "Paralela aos Jogos Olímpicos".

As primeiras Paraolimpíadas foram realizadas em 1960 em Roma, na Itália. A partir deste momento, sempre, após duas semanas do término dos Jogos Olímpicos, são realizados os Jogos Paraolímpicos.

As modalidades olímpicas são:

Arco e flecha, atletismo, basquetebol, bocha, ciclismo, esgrima, equitação, futebol, golbol, halterofilismo, iatismo, judô, natação, rugby em cadeira de rodas, tênis de campo, tênis de mesa, tiro e voleibol.

Modalidades esportivas 

As pessoas poderão escolher entre diversas modalidades esportivas, conforme os tipos de deficiências e as limitações que elas proporcionam.

Algumas modalidades 

Seguem alguns dos esportes praticados por pessoas com algum tipo de deficiência:

Arco e flecha, atletismo, automobilismo, basquetebol, bocha, canoagem, ciclismo, down-hill de cadeira de rodas, esgrima, equitação, esqui aquático, esqui na neve, futebol, golbol, halterofilismo, iatismo, judô, mergulho com cilindro, mergulho livre, natação, para-quedismo, rafting, rappel, rugby em cadeira de rodas, tênis de campo, tênis de mesa, tiro, voleibol, vôo livre, ultraleve e outros. 

domingo, 29 de abril de 2012

DIA INTERNACIONAL DA DANÇA



                                                             
                                             Dia Internacional da Dança                        Dançar é para todos! no ano de 2007 tive essa certeza de que                   dançar é para todos. Tudo começou na ANDEF ASSOCIAÇÃO NITEROIENSE DOS DEFICIÊNTES FISÍCOS. A andef foi onde eu conheci uma grande profissional e professora de dança  Soyane Vargas . Soyane sempre tem algo a ensinar seja na dança seja na vida . Eu como aluna e amiga sempre tenho algo a aprender com ela . Soyane entrou na minha vida por um acaso como professora de dança  durante ás aulas fomos nos conhecendo batemos papo zoamos fazendo elogios e etc .Todos os dias  agradeço a Deus por ter colocado uma pessoa como a Soyane em minha vida . Sempre agradeço a Deus por você ter entrado na minha vida . Agradeço sempre por ele ter te dado o dom de ser professora . Este papel que você exerce tão bem . Obrigada por você ser essa amiga e professora maravilhosa que você é . Atravez da dança  conheci uma pessoa maravilhosa a Soyane Vargas minha querida amada professora e amiga . Você é claro ! você entrou na minha de um jeitinho que todos os dias viro para Deus e falo muito obrigado pelo o senhor ter colocado uma pessoa maravilhosa e te agradeço e te peço pelo o Dom da vida dela . A pessoa que eu tanto agradeço e peço a Deus  pelo o dom da vida se chama Soyane Vargas 


                 FELIZ DIA INTERNACIONAL DA DANÇA 
                A SUA ALUNA E AMIGA   MONIQUE 
                                              29/04/2012

quarta-feira, 25 de abril de 2012

PINTANDO O SETE COM LARYSSA MARTINS

                                                                PINTANDO O SETE
                                LARYSSA  BOTANDO A MÃO NA MASSA  OPS ! NA TINTA
OBRA DE ARTES
                                                 CRIAÇÃO DE LARYSSA MARTINS
                                                         
                                                             ARTISTA PLÁSTICA




                                      pintando o  sete com Laryssa Martins 
  Laryssa é portadora de deficiência visual , autismo e deficiência fisíca  . Mesmo sendo portadora de deficiência fisica e visual e tambem autista . Laryssa é artista pinta lindos quadros  mesmo sem poder ve-los . Laryssa pinta com a alma como uma verdadeira artista  ela é linda por dentro e por fora  uma menina super especial e abênçoada por Deus .

terça-feira, 24 de abril de 2012


PORTADORES DE DEFICIÊNCIA
a questão da inclusão social

MARIA REGINA CAZZANIGA MACIEL Presidente da Associação do 3º Milênio ¾ Centro de Democratização das Ciências da Informação



Resumo: A questão da inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais em todos os recursos da sociedade ainda é muito incipiente no Brasil. Movimentos nacionais e internacionais têm buscado um consenso para formatar uma política de inclusão de pessoas portadoras de deficiência na escola regular.
Passos fundamentais devem ser dados para mudar o quadro de marginalização dessas pessoas, como: alteração da visão social; inclusão escolar; acatamento à legislação vigente; maiores verbas para programas sociais; uso da mídia, da cibercultura e de novas tecnologias.
Cabe a todos os integrantes da sociedade lutar para que a inclusão social dessas pessoas seja uma realidade brasileira no próximo milênio.
Palavras-chave: deficiência e exclusão social; educação e economia; política educacional.



Hoje, no Brasil, milhares de pessoas com algum tipo de deficiência estão sendo discriminadas nas comunidades em que vivem ou sendo excluídas do mercado de trabalho. O processo de exclusão social de pessoas com deficiência ou alguma necessidade especial é tão antigo quanto a socialização do homem.
A estrutura das sociedades, desde os seus primórdios, sempre inabilitou os portadores de deficiência, marginalizando-os e privando-os de liberdade. Essas pessoas, sem respeito, sem atendimento, sem direitos, sempre foram alvo de atitudes preconceituosas e ações impiedosas.
A literatura clássica e a história do homem refletem esse pensar discriminatório, pois é mais fácil prestar atenção aos impedimentos e às aparências do que aos potenciais e capacidades de tais pessoas.
Nos últimos anos, ações isoladas de educadores e de pais têm promovido e implementado a inclusão, nas escolas, de pessoas com algum tipo de deficiência ou necessidade especial, visando resgatar o respeito humano e a dignidade, no sentido de possibilitar o pleno desenvolvimento e o acesso a todos os recursos da sociedade por parte desse segmento.
Movimentos nacionais e internacionais têm buscado o consenso para a formatação de uma política de integração e de educação inclusiva, sendo que o seu ápice foi a Conferência Mundial de Educação Especial, que contou com a participação de 88 países e 25 organizações internacionais, em assembléia geral, na cidade de Salamanca, na Espanha, em junho de 1994.
Este evento teve como culminância a "Declaração de Salamanca", da qual transcrevem-se, a seguir, pontos importantes, que devem servir de reflexão e mudanças da realidade atual, tão discriminatória.
"Acreditamos e Proclamamos que:
- toda criança tem direito fundamental à educação e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem;
- toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas;
- sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades;
- aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer tais necessidades;
- escolas regulares, que possuam tal orientação inclusiva, constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias, criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional.
Nós congregamos todos os governos e demandamos que eles:
- atribuam a mais alta prioridade política e financeira ao aprimoramento de seus sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluírem todas as crianças, independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais;
- adotem o princípio de educação inclusiva em forma de lei ou de política, matriculando todas as crianças em escolas regulares, a menos que existam fortes razões para agir de outra forma;
- desenvolvam projetos de demonstração e encorajem intercâmbios em países que possuam experiências de escolarização inclusiva;
- estabeleçam mecanismos participatórios e descentralizados para planejamento, revisão e avaliação de provisão educacional para crianças e adultos com necessidades educacionais especiais;
- encorajem e facilitem a participação de pais, comunidades e organizações de pessoas portadoras de deficiências nos processos de planejamento e tomada de decisão concernentes à provisão de serviços para necessidades educacionais especiais;
- invistam maiores esforços em estratégias de identificação e intervenção precoces, bem como nos aspectos vocacionais da educação inclusiva;
- garantam que, no contexto de uma mudança sistêmica, programas de treinamento de professores, tanto em serviço como durante a formação, incluam a provisão de educação especial dentro das escolas inclusivas.
Nós também congregamos a comunidade internacional; em particular, nós congregamos governos com programas de cooperação internacional, agências financiadoras internacionais, especialmente as responsáveis pela Conferência Mundial em Educação para Todos, Unesco, Unicef, UNDP e o Banco Mundial:
- a endossar a perspectiva de escolarização inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educação especial como parte integrante de todos os programas educacionais;
- as Nações Unidas e suas agências especializadas, em particular a ILO, WHO, Unesco e Unicef;
- a reforçar seus estímulos de cooperação técnica, bem como reforçar suas cooperações e redes de trabalho para um apoio mais eficaz à já expandida e integrada provisão em educação especial;
- a reforçar sua colaboração com as entidades oficiais nacionais e intensificar o envolvimento crescente delas no planejamento, implementação e avaliação de provisão em educação especial que seja inclusiva;
- Unesco, enquanto a agência educacional das Nações Unidas;
- a assegurar que educação especial faça parte de toda discussão que lide com educação para todos em vários foros;
- a mobilizar o apoio de organizações dos profissionais de ensino em questões relativas ao aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a necessidades educacionais especiais;
- a estimular a comunidade acadêmica no sentido de fortalecer pesquisa, redes de trabalho e o estabelecimento de centros regionais de informação e documentação e, da mesma forma, a servir de exemplo em tais atividades e na disseminação dos resultados específicos e dos progressos alcançados em cada país no sentido de realizar o que almeja a presente Declaração;
- a mobilizar Fundos através da criação (dentro de seu próximo Planejamento a Médio Prazo 1996-2000) de um programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio comunitário, que permitiriam o lançamento de projetos-piloto que demonstrassem novas formas de disseminação e o desenvolvimento de indicadores de necessidade e de provisão de educação especial".
A inclusão escolar, fortalecida pela Declaração de Salamanca, no entanto, não resolve todos os problemas de marginalização dessas pessoas, pois o processo de exclusão é anterior ao período de escolarização, iniciando-se no nascimento ou exatamente no momento em aparece algum tipo de deficiência física ou mental, adquirida ou hereditária, em algum membro da família. Isso ocorre em qualquer tipo de constituição familiar, sejam as tradicionalmente estruturadas, sejam as produções independentes e congêneres e em todas as classes sociais, com um agravante para as menos favorecidas.
O nascimento de um bebê com deficiência ou o aparecimento de qualquer necessidade especial em algum membro da família altera consideravelmente a rotina no lar. Os pais logo se perguntam: por quê? De quem é a culpa? Como agirei daqui para frente? Como será o futuro de meu filho?
O imaginário, então, toma conta das atitudes desses pais ou responsáveis e a dinâmica familiar fica fragilizada. Imediatamente instalam-se a insegurança, o complexo de culpa, o medo do futuro, a rejeição e a revolta, uma vez que esses pais percebem que, a partir da deficiência instalada, terão um longo e tortuoso caminho de combate à discriminação e ao isolamento.
O quadro fica mais sério, tendo em vista que a tendência dos profissionais da saúde é sempre ressaltar, no diagnóstico, os aspectos limitantes da deficiência, pois invariavelmente são eles que primeiro são chamados para dar o diagnóstico conclusivo. Os médicos raramente esclarecem ou informam, aos familiares de portadores de deficiência, as possibilidades de desenvolvimento, as formas de superação das dificuldades, os locais de orientação familiar, os recursos de estimulação precoce, os centros de educação e de terapia.
A esses familiares pede-se que aceitem uma realidade que não desejam e que não é prevista, uma realidade em que os meios sociais e a mídia pouco abordam e, quando o fazem, é de maneira superficial, às vezes preconceituosa e sem apresentar os caminhos para a inclusão social.
Os pais ou responsáveis por portadores de deficiência, por sua vez, também se tornam pessoas com necessidades especiais: eles precisam de orientação e principalmente do acesso a grupos de apoio. Na verdade, são eles que intermediarão a integração ou inclusão de seus filhos junto à comunidade.
Cada deficiência acaba acarretando um tipo de comportamento e suscitando diferentes formas de reações, preconceitos e inquietações. As deficiências físicas, tais como paralisias, ausência de visão ou de membros, causam imediatamente apreensão mais intensa por terem maior visibilidade. Já a deficiência mental e a auditiva, por sua vez, são pouco percebidas inicialmente pelas pessoas, mas causam mais estresse, à medida que se toma consciência da realidade das mesmas.
A falta de conhecimento da sociedade, em geral, faz com que a deficiência seja considerada uma doença crônica, um peso ou um problema. O estigma da deficiência é grave, transformando as pessoas cegas, surdas e com deficiências mentais ou físicas em seres incapazes, indefesos, sem direitos, sempre deixados para o segundo lugar na ordem das coisas. É necessário muito esforço para superar este estigma.
Essa situação se intensifica junto aos mais carentes, pois a falta de recursos econômicos diminui as chances de um atendimento de qualidade. Tem-se aí um agravante: o potencial e as habilidades dessas pessoas são pouco valorizados nas suas comunidades de origem, que, obviamente, possuem pouco esclarecimento a respeito das deficiências. Onde estão as causas da exclusão dessas pessoas no Brasil?
No plano de governo, o que se vê são programas, propostas, projetos, leis e decretos com lindas e sonoras siglas, que ficam, na maioria das vezes, só no papel. Programas similares e simultâneos são lançados em duas ou três pastas, sem que haja integração de objetivos e metas entre eles.
Muitas vezes acontecem ações paralelas entre o governo e a iniciativa privada, que ficam desintegradas, superpostas, sem consistência e dirigidas a pequenos grupos, gastando verbas sem mudar o quadro de exclusão existente.
Essas ações não são permanentes, pois a cada mudança de governo são interrompidas, esvaziadas, perdendo a continuidade e a abrangência, sendo que outras aparecem em seus lugares para "fixar" a plataforma de quem está no poder.
Nos estados e municípios, não existe uma política efetiva de inclusão que viabilize planos integrados de urbanização, de acessibilidade, de saúde, educação, esporte, cultura, com metas e ações convergindo para a obtenção de um mesmo objetivo: resguardar o direito dos portadores de deficiência.
As dificuldades são imensas para sensibilizar executivos de empresas privadas, técnicos de órgãos públicos e educadores sobre essa questão. Um sentimento de omissão aparece, consciente ou inconscientemente, em técnicos, executivos e burocratas, quando necessitam decidir sobre o atendimento às necessidades dos portadores de deficiência.
Essas reações preconceituosas, de omissão e descaso, já podem ser classificadas:
- nos órgãos públicos, as solicitações e reivindicações de pessoas portadoras de deficiência logo se transformam nos famosos processos "Ao-Ao", em que cotas endereçadas "Ao" Dr. Fulano, "Ao" departamento tal e "Ao" setor de Sicrano só criam volume, burocracia e não apontam para soluções, pois todos transferem o "problema" para terceiros, eximindo-se, assim, da necessidade de propor alternativas de atendimento. Nesses processos, quase todos se omitem de tomar decisões em benefício dos portadores de deficiência;
- na área de atendimento e serviços à população, a resposta mais freqüente é a "NTV" ¾ "não temos vaga";
- há, também, a adoção, tão popular para as pessoas de baixa renda, do sistema "ENFE" de atendimento, ou seja, "entre na fila de espera".
Por outro lado, a idéia de modelos únicos para todos, preestabelecidos, tem excluído pessoas com necessidades especiais dos recursos da sociedade, como comprovam as barreiras arquitetônicas, sociais e educacionais. No plano dos atendimentos específicos, a realidade é a seguinte:
- saúde: os locais de atendimentos na área de saúde são pequenos, superlotados e sem infra-estrutura. As políticas de prevenção, às vezes, ficam restritas a algumas campanhas de vacinação e os programas de diagnóstico precoce são insuficientes. Os testes com aparelhos de última geração são destinados a poucos; as de terapias e fisioterapias oferecem poucas vagas em relação à demanda; a obtenção de próteses e órteses é difícil e as filas de espera são enormes para quem não tem poder aquisitivo;
- área social: os programas para as pessoas com alguma deficiência são, em geral, os que possuem as menores verbas, não existe trabalho efetivo junto às comunidades mais carentes e os grupos de orientação e atendimento estão sempre superlotados;
- mercado de trabalho: poucos são os empregadores que se dispõem a absorver esse segmento. O portador de deficiência é o último a ser contratado e o primeiro a ser demitido, sendo que sua faixa salarial é, em média, menor que a de seus colegas de profissão;
- nas áreas de lazer, esportes, cultura e transportes não existem projetos abrangentes que atendam a todos os tipos de deficiência e, nas áreas de comércio, indústria e serviços, a acessibilidade inexiste ou é inconsistente;
- na educação também não é diferente, pois só as grandes cidades possuem algum tipo de atendimento. A realidade tem mostrado que os ciclos do ensino fundamental, com sua passagem automática de ano, e a falta de formação de professores, de recursos técnico-pedagógicos, de estímulo suplementar, de acompanhamento de equipe multidisciplinar ¾ fonoaudiólogos, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais ¾, de salas e de professores de apoio deixam a questão da inclusão escolar sem estrutura eficiente, bonita apenas na teoria.
Em nome da igualdade de atendimentos, muitos teóricos radicais defendem a inclusão escolar de forma simplista: é só colocar esse aluno na classe comum e tudo se resolve. Entretanto, suas teses não refletem a realidade de que as pessoas com deficiência possuem necessidades educativas especiais e, assim, pouca contribuição têm trazido para todos os envolvidos na questão. Também em nome da igualdade de atendimentos, muitos deles negam veementemente as experiências positivas de escolas e de classes especiais, que souberam desenvolver o potencial de seus alunos e, dessa forma, contribuíram para a sua inclusão junto à sociedade. Negar os trabalhos positivos do passado é esquecer que a construção do conhecimento está baseada no acúmulo de experiência adquirida.
Deve-se lembrar, sempre, que o princípio fundamental da sociedade inclusiva é o de que todas as pessoas portadoras de deficiência devem ter suas necessidades especiais atendidas. É no atendimento das diversidades que se encontra a democracia. O que fazer diante deste quadro? O primeiro passo é conseguir a alteração da visão social através:
- de um trabalho de sensibilização contínuo e permanente por parte de grupos e instituições que já atingiram um grau efetivo de compromisso com a inclusão de portadores de necessidades especiais junto à sociedade;
- da capacitação de profissionais de todas as áreas para o atendimento das pessoas com algum tipo de deficiência;
- da elaboração de projetos que ampliem e inovem o atendimento dessa clientela;
- da divulgação da Declaração de Salamanca e outros documentos congêneres, da legislação, de informações e necessidades dos portadores de deficiência e da importância de sua participação em todos os setores da sociedade.
A reestruturação das instituições não deve ser apenas uma tarefa técnica, pois depende, acima de tudo, de mudanças de atitudes, de compromisso e disposição dos indivíduos. O segundo passo no processo de inclusão social é o da inclusão escolar.
Ao entrarem para a escola, as crianças que possuem alguma necessidade educativa especial terão que se integrar e participar obrigatoriamente de três estruturas distintas da dinâmica escolar: o ambiente de aprendizagem; a integração professor-aluno; e a interação aluno-aluno.
A partir da análise e adequação destas estruturas e do levantamento de alternativas que favoreçam o desenvolvimento dos alunos, em geral, e dos portadores de necessidades educativas especiais, em particular, é que a inclusão escolar deve ter início. Assim, é necessário analisar se o ambiente de aprendizagem é favorecedor, se existe oferta de recursos audiovisuais, se ocorreu a eliminação de barreiras arquitetônicas, sonoras e visuais de todo o próprio escolar, se existem salas de apoio pedagógico para estimulação e acompanhamento suplementar, se os currículos e estratégias de ensino estão adequados à realidade dos alunos e se todos os que compõem a comunidade escolar estão sensibilizados para atender o portador de deficiência com respeito e consideração.
Para que haja a verdadeira integração professor-aluno, é necessário que o professor da sala regular e os especialistas de educação das escolas tenham conhecimento sobre o que é deficiência, quais são seus principais tipos, causas, características e as necessidades educativas de cada deficiência. O professor precisa, antes de tudo, ter ampla visão desta área, que deve ser proveniente de sua formação acadêmica. Hoje, poucas escolas e universidades, que formam professores, abordam adequadamente a questão da deficiência em seus currículos. Urge mudar essa realidade. A atualização periódica também é indispensável, devendo ocorrer por meio de cursos, seminários e formação em serviço.
É importante que os professores tomem ciência do diagnóstico e do prognóstico do aluno com necessidades educativas especiais, entrevistem pais ou responsáveis para conhecer todo o histórico de vida desse aluno, a fim de traçar estratégias conjuntas de estimulação família-escola, peçam orientações e procurem profissionais ¾como psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos ¾ que estejam atendendo ou que já atenderam esses alunos, solicitando relatórios e avaliações, e pesquisem várias técnicas, métodos e estratégias de ensino, em que variáveis como o desenvolvimento da linguagem, o desenvolvimento físico e sobretudo as experiências sociais estejam presentes.
A integração professor-aluno só ocorre quando há uma visão despida de preconceito, cabendo ao professor favorecer o contínuo desenvolvimento dos alunos com necessidades educativas especiais. Não é tarefa fácil, mas é possível. Quando ocorre, torna-se uma experiência inesquecível para ambos.
A interação aluno-aluno traz à tona as diferenças interpessoais, as realidades e experiências distintas que os mesmos trazem do ambiente familiar, a forma como eles lidam com o diferente, os preconceitos e a falta de paciência em aceitar o outro como ele é. Todos os alunos das classes regulares devem receber orientações sobre a questão da deficiência e as formas de convivência que respeitem as diferenças, o que não é tarefa fácil, mas possível de ser realizada. Levar os alunos de classes regulares a aceitarem e respeitarem os portadores de deficiência é um ato de cidadania.
Cabe a todos profissionais de escolas especiais, de classes especiais, de salas de apoio a portadores de necessidades especiais, aos teóricos da educação inclusiva, aos profissionais das escolas regulares e às equipes multidisciplinares e de saúde a função primordial da integração de ações, da otimização dos recursos e dos atendimentos, da criação de canais de comunicação que considerem a questão da inclusão social como prioritária e anterior à inclusão escolar.
O futuro é outra dimensão que também não pode ser esquecida, pois é preciso estar preparado para a rápida evolução tecnológica destes novos tempos, que influencia e modifica o processo educativo e a nossa relação com a construção do conhecimento.
Para a estimulação da pessoa com deficiência, a tecnologia da informação é fundamental, pois a velocidade da renovação do saber e as formas interativas da cibercultura trazem uma nova expectativa de educação para essa clientela. É necessário, portanto, criar serviços e propostas educativas abertas e flexíveis que atendam às necessidades de mudanças.
A cibercultura não só demonstra que a maior parte dos conhecimentos adquiridos por uma pessoa no início de sua vida educacional estará ultrapassada ao final de um certo tempo, como também aponta novas formas de habilitação e reabilitação de pessoas com necessidades educativas especiais. Esse fenômeno de captação de transformações constantes deve ser posto ao alcance das pessoas com necessidades especiais.
O terceiro passo para a inclusão social de portadores de deficiência é a instituição de mecanismos fortalecedores desses direitos, tais como destinação de maiores verbas públicas para os projetos que atendam esse segmento e participação de entidades de defesa de deficientes e para deficientes nos processos decisórios de todas as áreas diretamente envolvidas no atendimento dessa população.
A mídia não pode ser esquecida, pois possui um papel fundamental na promoção de atitudes positivas no sentido da inclusão de pessoas portadoras de deficiência na sociedade. A criação de equipes de mediação de sistemas e a presença de ombudsmen junto aos conselhos de defesa da pessoa deficiente, que mostrem ao governo, à sociedade e à mídia os acertos e desacertos da inclusão social e escolar e seus prognósticos para curto, médio e longo prazos, devem ser consideradas.
A prática da desmarginalização de portadores de deficiência deve ser parte integrante de planos nacionais de educação, que objetivem atingir educação para todos. A inclusão social traz no seu bojo a equiparação de oportunidades, a mútua interação de pessoas com e sem deficiência e o pleno acesso aos recursos da sociedade. Cabe lembrar que uma sociedade inclusiva tem o compromisso com as minorias e não apenas com as pessoas portadoras de deficiência. A inclusão social é, na verdade, uma medida de ordem econômica, uma vez que o portador de deficiência e outras minorias tornam-se cidadãos produtivos, participantes, conscientes de seus direitos e deveres, diminuindo, assim, os custos sociais. Dessa forma, lutar a favor da inclusão social deve ser responsabilidade de cada um e de todos coletivamente.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

SÃO JORGE


Em torno do século III D.C., quando Diocleciano era imperador de Roma, havia nos domínios do seu vasto Império um jovem soldado chamado Jorge. Filho de pais cristãos, Jorge aprendeu desde a sua infância a temer a Deus e a crer em Jesus como seu salvador pessoal.
Nascido na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia, Jorge mudou-se para a Palestina com sua mãe após a morte de seu pai. Lá foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade - qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde. Com a idade de 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções.
Por essa época, o imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos. No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os os ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses.
Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos homens. Indagado por um cônsul sobre a origem desta ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da VERDADE. O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: "O QUE É A VERDADE ?". Jorge respondeu: "A verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e nele confiado me pus no meio de vós para dar testemunho da verdade."
Como São Jorge mantinha-se fiel a Jesus, o Imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Jorge sempre respondia: "Não, imperador ! Eu sou servo de um Deus vivo ! Somente a Ele eu temerei e adorarei". E Deus, verdadeiramente, honrou a fé de seu servo Jorge, de modo que muitas pessoas passaram a crer e confiar em Jesus por intermédio da pregação daquele jovem soldado romano. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito em seu plano macabro, mandou degolar o jovem e fiel servo de Jesus no dia 23 de abril de 303.
A devoção a São Jorge rapidamente tornou-se popular. Seu culto se espalhou pelo Oriente e, por ocasião das Cruzadas, teve grande penetração no Ocidente.
Verdadeiro guerreiro da fé, São Jorge venceu contra Satanás terríveis batalhas, por isso sua imagem mais conhecida é dele montado num cavalo branco, vencendo um grande dragão. Com seu testemunho, este grande santo nos convida a seguirmos Jesus sem renunciar o bom combate.

Oração de São Jorge

Chagas abertas, sagrado coração todo amor e bondade, o sangue do meu senhor Jesus Cristo no meu corpo se derrame, hoje e sempre. Eu andarei vestido e armado, com as armas de São Jorge, para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me enxerguem, e nem em pensamento eles possam ter para me fazerem o mal, armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças quebrarão sem meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrarem.
Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder da sua santa e divina graça, a Virgem Maria de Nazaré me cubra com seu sagrado e divino manto, me protegendo em todas as minhas dores e afliçoes e Deus com a sua divina misericordia e grande poder seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos, e o glorioso São Jorge em nome de Deus, em nome de Maria de Nazaré , em nome da Falange do Divino Espirito Santo estenda-me o seu escudo e as suas armas poderosas defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza dos meus inimigos carnais e espirituais , e de todas as suas más influencias, e que debaixo das patas de seu fiel Ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a Vós sem se atreverem a ter um olhar sequer que me possa a prejudicar. Assim seja com o poder de Deus de de Jesus Cristo e da Falange do Divino Espirito Santo, Amém.

3 P.N / 3 A.M Em louvor ao São Jorge. 

sábado, 21 de abril de 2012

Esta vaga Não é Sua Nem Por Um Minuto!!!.mp4



RESPEITEM A VAGA DA PESSOA  COM DEFICIÊNCIA FISÍCA  . ESTA VAGA NÃO É SUA NEM POR UM MINUTO !!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

EJC ENCONTRO DE JOVENS COM CRISTO DA PARÓQUIA SÃO JOÃO BATISTA DE ITABORAí


             JOVENS DE 18 ANOS Á 29 ANOS RESTAURADOS PELO EJC  ENCONTRO DE JOVENS COM CRISTO DA PARÓQUIA SÃO JOÃO BATISTA DE ITABORAI

quinta-feira, 19 de abril de 2012

EDUCAÇÃO FISICA ADAPTADA




INTRODUÇÃO
A filosofia subjacente de orientação da educação da
pessoa com deficiência, nos tempos recentes tem
levado a que as grandes linhas de investigação
apontem para a maior autonomia da pessoa com
deficiência.
Neste contexto, julgamos que as respostas
encontradas levam a procurar uma maior
participação da pessoa com deficiência na sociedade.
Contudo a referida participação tem sido abordada
no sentido de uma colaboração e não de uma
efectiva participação interventiva. Este aspecto, é
devido em parte, ao facto que a pessoa com
deficiência não ter sido chamada para contribuir
nesse mesmo processo. Em nosso entender o direito
de opção, de escolha e de intervenção por parte da
pessoa com deficiência, é fundamental.
Nesta perspectiva, a pessoa com deficiência tem que
ser chamada a contribuir com o seu saber empírico,
isto é, a dar sua própria opinião.
Por outro lado os investigadores até à década de 80
estudavam os assuntos fechados na sua área de
saber. Hoje tenta-se abordar os mais variados
aspectos de estudo conjugando várias áreas de
investigação, fazendo cair as barreiras e, assim,
enriquecer as respostas. Este facto, leva à existência
de interfaces das áreas do saber académico e
profissional, que em nosso entender vão ajudar de
uma maneira decisiva a resolver aspectos que até ao
momento não o foram como a homogeneidade da
terminologia, da limitação da população alvo, da
metodologia de ensino que deve ser  partilhada de
uma maneira uniforme, de estudos das provas e
aparelhos para avaliar a pessoa com deficiência nas
diferentes vertentes e das ajudas técnicas para a vida
Actividade Física Adaptada: uma visão crítica
Urbano Moreno Marques
José Alberto Moura e Castro
Maria Adília Silva
Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física, Universidade do Porto
diária, do ensino, do desporto e da Educação Física.
Especificamente em relação à área do desporto
pensamos que os aspectos menos estudados são o
treino desportivo, as técnicas de intervenção, e as
próprias modalidades.
A organização da actividade desportiva continua a ser
debatida no sentido de procurar a maneira mais
correcta de definir os locais de prática e com quem
deve ser realizada. A classificação desportiva também
continua a ser polémica sendo, no entanto, um dos
temas que mais tem sido abordado pelos estudiosos.
As áreas mais recentes de estudo e que começa a
preocupar os investigadores nas seus mais variados
aspectos são a Terceira Idade, aspectos patológicos, e
a Recreação e Tempos Livres de pessoas com
deficiência.
EVOLUÇÃO
A actividade física para a pessoa com necessidades
especiais tem vindo a ser alvo das mais variadas
atenções. Exemplo disso é a Carta Europeia do
Desporto para Todos: as Pessoas Deficientes (1988),
do Conselho da Europa, que reconhece a actividade
física como “um meio privilegiado de educação,
valorização do lazer e integração social”(2)
.
Potter, como elemento do Comité para o
Desenvolvimento do Desporto do Conselho da
Europa, define esta actividade física como uma gama
completa de actividades adaptadas às capacidades de
cada um, particularmente ao desenvolvimento
motor, à Educação Física e a todos as disciplinas
desportivas (14)
.
Por outro lado, vários autores (3, 8, 18)
 consideram
que a actividade física adaptada (na medida em que
se aplica a pessoas sem possibilidades de a
Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 2001, vol. 1, nº 1, 73–7


URBANO MORENO MARQUES, JOSÉ ALBERTO MOURA E CASTRO, MARIA ADÍLIA SILVA
praticarem em condições normais) está limitada aos
indivíduos deficientes reconhecidos pela
Organização Mundial de Saúde (12)
 e expressa-se em
três dimensões, designadamente a competitiva, a
recreativa e a terapêutica. A estas vertentes
acrescentou o Comité para o Desenvolvimento do
Desporto, em 1981 (1)
, a educativa. De salientar que
idêntica concepção nos apresenta a Federação
Portuguesa de Desporto para Deficientes (4)
.
Contudo, observamos, segundo as conclusões do
Seminário “A recreação e lazer da população com
necessidades especiais” (Faculdade de Ciências do
Desporto e de Educação Física da Universidade do
Porto, 2000), que as dimensões competitiva,
educativa e terapêutica prevalecem sobre a recreativa.
Porém, estamos hoje muito longe, neste campo da
reabilitação, do que aconteceu nos primórdios da
humanidade e nos primeiros séculos da civilização.
Segundo Lowenfeld e Kirk e Gallagher podemos
reconhecer quatro grandes períodos de
desenvolvimento das atitudes em relação aos
indivíduos com necessidades especiais, os quais
correspondem a fases distintas da história (6, 9)
.
1º Período: Separação
Na maioria das sociedades primitivas o deficiente
era visto com superstição e malignidade. Nesta
época o conhecimento centrava-se no pensamento
mágico-religioso, o qual explicava e continua a
explicar muitos dos acontecimentos do dia-a-dia do
homem primitivo.
Já no início da Idade Média foi aceite uma relação de
causalidade entre demonologia e anormalidade (7)
.
Posteriormente, este sentimento de horror em
relação à deficiência foi dando lugar ao sentimento
de caridade, o qual corresponde ao início da era da
protecção.
2º Período: Protecção
Esta concepção apareceu com o desenvolvimento das
religiões monoteístas. Fundaram-se asilos e
hospitais onde os deficientes eram recolhidos. No
entanto era ainda prática comum mutilar ou cegar
indivíduos que cometiam graves delitos.
Nos finais da Idade Média, através das ordens
religiosas, foram criados vários hospícios onde os
deficientes eram assistidos, basicamente em
questões de alimentação e vestuário. Acreditava-se,
ainda, que tratando bem os deficientes, os idosos e
outros carenciados se obtinha um lugar no céu.
Com o aparecimento do movimento reformista da
Igreja surge uma nova visão sobre os deficientes.
Passaram a ser encarados como um indício do
descontentamento divino, sendo novamente
relegados para um plano inferior. Só mais tarde
começaram a surgir as primeiras tentativas ao nível
da sua educação, as quais traduzem já o início do 3º
período.
3º Período: Emancipação
Com o novo interesse criado pelo Renascimento em
estudar o homem, a industrialização e a consequente
falta de mão de obra, bem como o aparecimento de
deficientes ilustres, nomeadamente cegos, foi dado
um grande impulso na sua educação, influenciando
decisivamente os pioneiros da Educação Especial.
Assim, foi necessário chegarmos ao último quartel
do século XVIII, com o surgimento das ideias
iluministas da Revolução Francesa, para que os
problemas da deficiência começassem a ser
encarados e encaminhados por uma via mais racional
e mais científica (16)
.
Foram sobretudo alguns médicos da escola francesa,
como Esquirol e Morel, e alguns médicos da escola
alemã, como Griesinger e Kretschmer, que tiveram o
mérito de chamar a atenção para a necessidade de os
problemas da deficiência passarem a ser observados
à luz de novos factos científicos de carácter
psicofisiológico e etiopatogénico (5)
.
Por conseguinte, é o ano de 1801, com Itard e a sua
primeira tentativa para educar um deficiente (Victor,
o selvagem de Avignon), que é apontado como o
início da Educação Especial propriamente dita (13)
.
No entanto, só mais tarde, com o aparecimento da
Lei da Educação Obrigatória para Todos, o problema
da educação da criança deficiente começa a ser
verdadeiramente questionado.
Já nos finais do século XIX a Educação Especial
caracterizava-se por um ensino ministrado em
escolas especiais em regime de internato, específicas
de cada deficiência (escolas que se destinam ao
atendimento de crianças e jovens deficientes visuais,
auditivos, intelectuais, motores e autistas), embora
existissem defensores do sistema integrado (apoi

Actividade Física Adaptada: uma visão crítica
prestado a crianças e jovens com problemas
educativos especiais inseridos a tempo total ou
parcial em classes regulares, visando a sua
integração escolar, familiar e social) e fossem
aparecendo outras formas de atendimento como o
semi-internato, a classe de aperfeiçoamento e a
classe especial (classe que funciona no edifício de
uma escola regular, mantendo-se os alunos nessa
mesma classe durante todo o tempo lectivo).
Aparecem as primeiras tentativas de explicação e
classificação dos diferentes tipos de deficiência,
bem como os primeiros estudos científicos nesta
área. E é nesta fase de grande optimismo e
desenvolvimento que surge o quarto período, ou
seja, a etapa da integração.
4º Período: Integração
O conceito de integração, já defendido por alguns
autores nos finais do século XIX, é finalmente posto
em prática em pleno século XX. Este confere ao
deficiente as mesmas condições de realização e de
aprendizagem sócio-cultural dos seus semelhantes,
independentemente das limitações ou dificuldades
que  manifesta.
A segunda metade do século XX caracterizou-se,
entre outros aspectos, por um certo desafio que o
conceito de normalização trouxe à sociedade.
Wolfensberger definiu normalização como sendo a
“utilização de meios tão adequados, quanto possível,
para estabelecer ou para manter comportamentos e
características que são de natureza cultural”(20)
.
Para Mikkelsen, “normalização não significa tornar
normal o diferente, mas sim criar condições de vida
semelhantes às dos outros elementos da sociedade,
utilizando para o conseguir uma grande variedade de
serviços existentes nessa mesma sociedade”(11)
.
No entanto, a ideia principal contida no conceito de
normalização encontrava-se já subjacente, desde
1948, na Declaração Universal dos Direitos do
Homem, quando aí se afirma o “direito de todas as
pessoas, sem qualquer distinção, ao casamento, à
propriedade, a igual acesso aos serviços públicos, à
segurança social e à efectivação dos direitos
económicos, sociais e culturais”.
Segundo Sousa, “temos de criar as condições para
atingirmos as metas da «total participação» e da
«igualdade de oportunidades» para as pessoas
deficientes, proporcionando-lhes o seu direito de
compartilharem a vida social normal da comunidade
na qual vivem e de usufruírem as condições de vida
semelhantes às de qualquer outro cidadão”(17)
.
A igualdade que se pretende, como ponto de partida e
como meta, não deverá ser entendida como sinónimo
de normalização absoluta. A igualdade terá de ser
construída através da afirmação do direito à diferença.
Com isto pretendemos dizer que devemos criar
situações o mais variadas possível para que
indivíduos ditos normais e em cadeira de rodas, por
exemplo, tenham as mesmas possibilidades.
Construir um edifício com larguras de portões
diferentes é criar a igualdade de acesso a todos, isto
é, para haver igualdade têm de existir diferenças.
É neste contexto que aparece, com a Declaração de
Salamanca, em 1994, o quinto e último período (por
nós considerado), ou seja, a inclusão.
5º Período: Inclusão
O conceito de escola inclusiva teve a sua origem na
Declaração Universal dos Direitos do Homem
(1948), na Conferência Mundial sobre Educação
para Todos (1990) e nas Normas das Nações Unidas
sobre a Igualdade de Oportunidades para as Pessoas
com Deficiência, de 1993.
No entender de Mayor, a conferência mundial sobre
necessidades educativas especiais ao adoptar a
Declaração de Salamanca sobre os princípios, a
política e as práticas na área das necessidades
educativas especiais “inspirou-se no princípio da
inclusão e no reconhecimento da necessidade de
actuar com o objectivo de conseguir escolas para
todos, isto é, instituições que incluam todas as
pessoas, aceitem as diferenças, apoiem a
aprendizagem e respondam às necessidades
individuais”(10)
.
Assim sendo, as sociedades contemporâneas
distinguem-se, em grande parte das anteriores, pela
afirmação do respeito pela dignidade humana e pela
garantia de que ao portador de qualquer necessidade
especial lhe será permitido integrar-se nas diversas
metas do funcionamento social sem qualquer
barreira psicológica ou física.
Aliás, é essa uma das exigências da nossa actual
Constituição.
Concretamente, para estes indivíduos deverão ser
Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 2001, vol. 1, nº 1, 73–79
revista 75 13.2.04, 16:2276
proporcionadas condições que lhes permitam atingir
as seguintes metas (5)
:
– cuidar de si;
– tornar-se independente no quotidiano;
– participar na vida familiar e em actividades de
tempos livres;
– manter contactos sociais;
– obter rendimento nos estudos e no trabalho;
– manter relações afectivas e vida sexual;
– poder assumir o papel de progenitor.
Podemos dizer, numa linguagem simplista, que é
através da segurança social, da educação, da
formação profissional e do emprego, entre outros,
isto é, da reabilitação, que essas condições poderão
ser desenvolvidas e que poderá ser encontrado o
verdadeiro enquadramento da pessoa com
necessidades especiais na sociedade.
Postas as coisas deste modo, devemos actuar, por um
lado, ao nível da prevenção e, por outro, assegurar a
cada pessoa o usufruto de todo e qualquer serviço de
reabilitação, sempre com o espírito de que o meio
social faz parte integral do processo.
Todavia, a palavra reabilitação não teve sempre o
mesmo significado ao longo da história da
humanidade.
A prática tradicional considerou-a como sendo um
modelo de terapias e serviços destinados às pessoas
deficientes, numa estrutura institucional, muitas
vezes sob a égide da autoridade médica.
Esta situação tem sido gradualmente substituída por
programas que, embora continuem a prestar serviços
médicos, também contemplam serviços sociais e
pedagógicos qualificados.
Para a organização Reabilitação Internacional, o
conceito de reabilitação deve ser entendido como
“um processo em que o uso combinado e
coordenado de medidas médicas, sociais,
educacionais e vocacionais, permite aos indivíduos
com deficiência alcançar níveis de funcionamento o
mais elevados possível e, em simultâneo, se
integrarem socialmente”(15)
.
Em Portugal, em Maio de 1989, é proclamada a Lei
de Bases da Prevenção e da Reabilitação e Integração
das Pessoas com Deficiência (Lei nº9/89), a qual
concebe a reabilitação como sendo “um processo
global e contínuo destinado a corrigir a deficiência e
a conservar, desenvolver ou restabelecer as aptidões
e capacidades da pessoa para o exercício de uma
actividade considerada normal. Engloba um conjunto
variado de acções de prevenção, de reabilitação
médico-funcional, de educação especial, de
reabilitação psico-social, de apoio sócio-familiar, de
acessibilidade, de ajudas técnicas, de cultura, de
desporto e de recreação, entre outras, que se
destinam ao deficiente e que visam favorecer a sua
autonomia pessoal”.
Assim, reabilitar perdeu o seu significado restrito de
“habilitar de novo”. Do tornar o deficiente capaz de
realizar novamente uma tarefa, passou a reabilitação a
ser encarada como um processo que visa a integração
total da pessoa com necessidades especiais.
Por outro lado, a educação especial acompanhou
muito de perto a evolução do conceito de deficiência.
Começou com características essencialmente
assistenciais, desenvolveu-se ao longo dos tempos e
hoje procura manter o indivíduo em processos
educativos normalizados, através da sua integração.
Este conceito de inclusão só será significativo
quando for entendido como a solução, não
necessariamente exclusiva mas prioritária, cujo
âmbito deve ser progressivamente alargado. Não
porque ele seja um fim em si mesmo, mas por ser a
chave da futura integração dos portadores de
necessidades especiais na sociedade.
Este último aspecto é muito importante, visto sabermos
que todos os cientistas da área da Antropologia são
unânimes em afirmar que o ser humano só se
desenvolve no meio dos seus semelhantes.
A educação especial foi definida pela UNESCO
como sendo “aquela dos que se desviam física ou
mentalmente, emocional ou socialmente dos
grupos relativamente homogéneos do sistema
regular de educação, de modo que é necessário
tomar providências especiais para corresponder às
suas necessidades”(19)
.
Presentemente, pode-se dizer que o objectivo
fundamental da educação especial é permitir ao
indivíduo com necessidades especiais um
desenvolvimento máximo das suas aptidões
intelectuais, escolares e sociais, originando, desse
modo, a integração de todos os cidadãos na vida em
comunidade.URBANO MORENO MARQUES, JOSÉ ALBERTO MOURA E CASTRO, MARIA ADÍLIA SILVA

proporcionadas condições que lhes permitam atingir
as seguintes metas (5)
:
– cuidar de si;
– tornar-se independente no quotidiano;
– participar na vida familiar e em actividades de
tempos livres;
– manter contactos sociais;
– obter rendimento nos estudos e no trabalho;
– manter relações afectivas e vida sexual;
– poder assumir o papel de progenitor.
Podemos dizer, numa linguagem simplista, que é
através da segurança social, da educação, da
formação profissional e do emprego, entre outros,
isto é, da reabilitação, que essas condições poderão
ser desenvolvidas e que poderá ser encontrado o
verdadeiro enquadramento da pessoa com
necessidades especiais na sociedade.
Postas as coisas deste modo, devemos actuar, por um
lado, ao nível da prevenção e, por outro, assegurar a
cada pessoa o usufruto de todo e qualquer serviço de
reabilitação, sempre com o espírito de que o meio
social faz parte integral do processo.
Todavia, a palavra reabilitação não teve sempre o
mesmo significado ao longo da história da
humanidade.
A prática tradicional considerou-a como sendo um
modelo de terapias e serviços destinados às pessoas
deficientes, numa estrutura institucional, muitas
vezes sob a égide da autoridade médica.
Esta situação tem sido gradualmente substituída por
programas que, embora continuem a prestar serviços
médicos, também contemplam serviços sociais e
pedagógicos qualificados.
Para a organização Reabilitação Internacional, o
conceito de reabilitação deve ser entendido como
“um processo em que o uso combinado e
coordenado de medidas médicas, sociais,
educacionais e vocacionais, permite aos indivíduos
com deficiência alcançar níveis de funcionamento o
mais elevados possível e, em simultâneo, se
integrarem socialmente”(15)
.
Em Portugal, em Maio de 1989, é proclamada a Lei
de Bases da Prevenção e da Reabilitação e Integração
das Pessoas com Deficiência (Lei nº9/89), a qual
concebe a reabilitação como sendo “um processo
global e contínuo destinado a corrigir a deficiência e
a conservar, desenvolver ou restabelecer as aptidões
e capacidades da pessoa para o exercício de uma
actividade considerada normal. Engloba um conjunto
variado de acções de prevenção, de reabilitação
médico-funcional, de educação especial, de
reabilitação psico-social, de apoio sócio-familiar, de
acessibilidade, de ajudas técnicas, de cultura, de
desporto e de recreação, entre outras, que se
destinam ao deficiente e que visam favorecer a sua
autonomia pessoal”.
Assim, reabilitar perdeu o seu significado restrito de
“habilitar de novo”. Do tornar o deficiente capaz de
realizar novamente uma tarefa, passou a reabilitação a
ser encarada como um processo que visa a integração
total da pessoa com necessidades especiais.
Por outro lado, a educação especial acompanhou
muito de perto a evolução do conceito de deficiência.
Começou com características essencialmente
assistenciais, desenvolveu-se ao longo dos tempos e
hoje procura manter o indivíduo em processos
educativos normalizados, através da sua integração.
Este conceito de inclusão só será significativo
quando for entendido como a solução, não
necessariamente exclusiva mas prioritária, cujo
âmbito deve ser progressivamente alargado. Não
porque ele seja um fim em si mesmo, mas por ser a
chave da futura integração dos portadores de
necessidades especiais na sociedade.
Este último aspecto é muito importante, visto sabermos
que todos os cientistas da área da Antropologia são
unânimes em afirmar que o ser humano só se
desenvolve no meio dos seus semelhantes.
A educação especial foi definida pela UNESCO
como sendo “aquela dos que se desviam física ou
mentalmente, emocional ou socialmente dos
grupos relativamente homogéneos do sistema
regular de educação, de modo que é necessário
tomar providências especiais para corresponder às
suas necessidades”(19)
.
Presentemente, pode-se dizer que o objectivo
fundamental da educação especial é permitir ao
indivíduo com necessidades especiais um
desenvolvimento máximo das suas aptidões
intelectuais, escolares e sociais, originando, desse
modo, a integração de todos os cidadãos na vida em
comunidade

Verificamos nas últimas décadas, devido a mudanças
da sociedade e da vontade política dos órgãos de
poder, um desenvolvimento da educação especial
tanto a nível quantitativo (número de serviços oficiais
e privados, número de professores, técnicos
especializados e alunos apoiados, orçamentos
envolvidos, etc.) como qualitativo (novas tecnologias,
formação superior de professores, grande diversidade
e melhor apetrechamento dos serviços).
Toda esta evolução deve-se não somente ao avanço
tecnológico e da medicina, mas também ao aumento
da legislação, à intervenção precoce, à
implementação da educação pré-primária, ao
prolongamento da escolaridade obrigatória e ao
importante papel desempenhado pelas famílias que
vêm reivindicando, ao longo do tempo, uma
melhoria do atendimento a esta população.
Actualmente, tudo aponta para que tendo o aluno
necessidades educativas especiais, ou não, não
existam diferenças significativas quanto aos
objectivos escolares finais, com excepção daqueles
que tiverem maiores dificuldades de aprendizagem,
os quais poderão ser encaminhados para a
frequência de currículos adaptados ou alternativos.
Com a aquisição de autonomia e independência
criaram-se as condições para a integração do aluno
com necessidades educativas especiais no sistema
educativo regular, o qual deve estar apto a receber
todas as crianças em idade escolar e não apenas
algumas (escola inclusiva).
A participação de todos não é apenas desejável do
ponto de vista social e moral, mas também do ponto
de vista funcional. Assim sendo, o melhor caminho a
seguir tem que ser encontrado por todos nós.
OBJECTIVAÇÃO
Os trabalhos realizados por este Gabinete
(monografias, dissertações de mestrado e trabalhos
de docentes, entre outros) demonstram uma
cobertura alargada de várias áreas.
Através de uma leitura QUALITATIVA E
QUANTITATIVA dos 232 trabalhos dos últimos dez
anos, por categoria, tentamos encontrar as principais
conclusões e a linha evolutiva recolhida pela
frequência e dimensão anual dos trabalhos.
Parece claro que existem três grandes áreas de
preocupações:
– Terminologia e conceitos
– Definição da população com Necessidades Especiais
e relação desta com a Actividade Física Adaptada
– Problemas do desporto (vertente do ensino, da
competição e da recreação).
A terminologia e os conceitos foram estudados
seguindo a evolução internacional, que considera
Actividade Física Adaptada como a designação mais
consensual (internacional e nacional).
Os conceitos que emergem da Declaração de
Salamanca e trabalhos posteriores, apontam para a
designação Necessidades Especiais, abrangendo toda
a população, independente da idade, que apresenta
problemas de acesso a um qualquer sistema social,
nomeadamente escolar e desportivo.
Têm ainda sido estudadas as condições da inclusão
(escolar e desportiva), condições de acesso e de
adesão ou afastamento do desporto de indivíduos
com necessidades especiais e a formação necessária e
suficiente dos profissionais da área.
Uma preocupação complementar tem sido a análise
da legislação (conteúdo e omissões), bem como da
sua implementação e interpretação local.
Na área da definição da população com Necessidades
Especiais e a aplicação da Actividade Física
Adaptada, emergem as preocupações com os
aspectos classificativos, tendencialmente criticando a
classificação médico-psicológica e propondo
classificações com suporte pedagógico.
Sublinha-se a cobertura efectuada por revisões
bibliográficas, de um grande número de patologias e
o papel da actividade física (na prevenção e
reabilitação), concluindo todos os trabalhos da
importância da actividade física e da necessidade de
se efectuarem estudos no terreno.
Uma outra linha que tem surgido mais recentemente é
a que se refere à qualidade de vida da população com
Necessidades Especiais e da sua relação com a saúde.
Aparecem também com grande frequência os
estudos da relação entre a necessidade especial e o
rendimento (académico e/ou desportivo).
Dizendo respeito à área específica do desporto,
verifica-se uma preocupação diversificada com a
avaliação motora (formal e informal, classificativa ou
avaliativa), gerando-se o consenso da sua imperiosa
necessidade efectuada com rigor e sem preconceitos.
Vários trabalhos procuraram verificar as melhores
condições e os programas mais eficazes para o
ensino de áreas específicas, bem como estudar a
aptidão física de vários tipos de população.
Efectuaram-se trabalhos sobre aplicações específicas
do ensino de algumas modalidades desportivas e os
problemas relacionados com a competição.
Mais recentemente foram aparecendo vários
trabalhos dirigidos à recreação, sua importância e
formas organizativas, tendo-se verificado que existe
ainda uma aderência baixa, estudando-se as razões e
concluindo-se pela grande relevância e futuro desta
área para a população com Necessidades Especiais.
Foram estudadas as condições de acessibilidade dos
deficientes a vários locais desportivos, verificando-se
que existem maioritariamente estruturas que
dificultam ou mesmo inviabilizam a prática
desportiva.
Realizaram-se trabalhos sobre áreas psicológicas
condicionantes do sucesso participativo no desporto,
parecendo que as diferenças da restante população
não são problemáticas sendo o desporto um
excelente meio de promoção do sucesso psicológico.
Verifica-se a realização de alguns trabalhos
vocacionados para o aprofundamento de modalidades
desportivas específicas (boccia, goalball, basquetebol
em cadeira de rodas, entre outras).
Embora em número reduzido existem trabalhos de
índole mais restrito da reabilitação, designadamente
no contexto terapêutico.
Finalmente foram realizados três trabalhos
comparando a situação portuguesa com a de outros
países (Espanha, Moçambique e Bélgica).
CONCLUSÕES
Apesar do consenso sobre os principais conceitos da
área NECESSIDADES ESPECIAIS, INCLUSÃO E
ACTIVIDADE FÍSICA ADAPTADA, mantem-se em
vigor e utilização corrente e oficial, um conjunto de
termos e de conceitos, numa amalgama pouco
animadora e tendencialmente propiciadora de
confusões.
Com efeito, são termos de utilização habitual entre
outros, deficientes, desporto adaptado ou para
deficientes, integração, educação especial,
portadores de deficiência, bem como combinações
destes termos. Mais confuso se torna a utilização
indiscriminada desta terminologia porque entendida
como sinónimos de outros conceitos e não como
subdivisões específicas da área.
As Necessidades Especiais representam um
alargamento do conceito Necessidade Educativas
Especiais, sendo este mais restrito e exclusivamente
dirigido ao sistema escolar.
A Inclusão que representa uma revisão do conceito de
integração, coloca o ênfase na aceitação da diferença e
não na acentuação e discriminação pela diferença.
A Actividade Física Adaptada sublinha e congrega
todas as formas de participação desportiva de um
qualquer indivíduo, mesmo com fortes limitações da
capacidade de movimento, e seja qual for o objectivo
dessa actividade (educativo, recreativo, competitivo
ou terapêutico).
Ao considerar diferentes patologias entende-se estas
como limitadoras da normal actividade física e
procura-se conhecer a relação positiva da actividade
física com uma qualquer forma de prevenção. Podese concluir da urgência de serem efectuados estudos
de terreno, a partir das revisões bibliográficas
efectuadas que mencionam unanimemente a
relevância da actividade física adaptada.
Embora já existam vários trabalhos sobre
modalidades específicas e/ou adaptadas, bem como
sobre a iniciação desportiva (escolar e competitiva),
parece ser claramente insuficiente a produção
científica realizada. Recomenda-se a elaboração de
trabalhos por modalidade e tipo de necessidade
especial, à semelhança dos que já existem sobre
boccia/paralisia cerebral e goalball/deficiência visual.
Uma preocupação recente sobre a qualidade de vida
relacionada com a saúde mostra a interdependência
destes factores em populações com necessidades
especiais, mas indica-nos também uma preocupante
falta de participação, suas causas e motivos. Parecenos poder concluir da importância de  serem
efectuados mais estudos neste domínio.
Os trabalhos feitos sobre acessibilidades são ainda
escassos ou muito antigos, mas apontam inúmeras
lacunas, pelo que se pode concluir da urgência de se
efectuarem mais trabalhos neste sector.
Os trabalhos de natureza psicológica (como por
exemplo o estudo de: motivação, interesses, relação
entre a proficiência motora e o rendimento escolar e
ansiedade) são pouco conclusivos mas fornecem

Actividade Física Adaptada: uma visão crític
indicadores importantes, pelo que devem ser
ampliados e replicados em diferentes condições,
locais e tipos de população estudada.
Muito recentemente foram feitos os primeiros
trabalhos sobre recreação para populações com
necessidades especiais, podendo desde já, concluir
Actividade Física Adaptada: uma visão crítica
Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 2001, vol. 1, nº 1, 73–79
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16. Silva, A. (1991). Desporto para Deficientes: Corolário de
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19. UNESCO (1977). Glossary of Special Education Terms.
Paris: UNESCO
20. Wolfensberger, W. (1972). The Principle of Normalization
in Human Services. Toronto: National Institute on Mental
Retardation
como uma vertente de grande futuro pelo seu
impacto positivo na qualidade de vida e o ainda
escasso envolvimento qualitativo e quantitativo.
Parecem ser lacunas a rever os poucos estudos sobre
aspectos técnicos, treino desportivo e materiais e
equipamentos.