sexta-feira, 6 de abril de 2012

ANEURISMA



    Aneurisma é uma palavra grega que significa Alargamento.

    O termo Aneurisma é utilizado para designar uma Dilatação Permanente de um Segmento Vascular.

    Consideramos aneurisma uma dilatação de mais de 50% num segmento vascular.

    Trata-se de doença de grande risco devido principalmente à possibilidade dele se romper, gerando perda de sangue e conseqüente mortalidade.

    A rotura é uma das 10 maiores causas de morte em indivíduos com mais de 50 anos de idade.
São estimadas 1000 mortes por ano na Inglaterra devido a rotura de Aneurismas.

    Além da rotura, outras complicações possíveis são a trombose (oclusão) e a embolização (desprendimento de coágulos) com graves repercussões para o organismo. 


A incidência dos Aneurismas é elevada:


  •     A localização mais freqüente do Aneurisma é a Aorta Abdominal.

        Nos EUA são encontrados 50 aneurismas de Aorta em cada 100.000 habitantes

        Na Aorta torácica são encontrados 10 Aneurismas em cada 100.000 habitantes. Nas ilíacas 3 em cada 100.000.

        Menos freqüentes, mas não raros são os aneurismas periféricos, destacando-se os da artéria poplítea (atrás do joelho), que corresponde a 70% deles. 

    2% da 
        A maioria dos Aneurismas não apresentam nenhuma manifestação clínica; são assintomáticos.

        Podem se tornar sintomáticos com o aumento do aneurisma, por compressão de estruturas vizinhas ou na vigência de complicações.

        Grandes Aneurismas de artéria carótida ou da Aorta torácica podem levar a dificuldade na deglutição por compressão do esôfago e a falta de ar por compressão da traquéia. 
    população acima de 50 anos;
  • 5% e

        Os Aneurismas Assintomáticos são encontrados ocasionalmente em exames clínicos, quando se localiza perto da pele (carótida, poplíteo, braquial) ou mesmo nos mais profundos, quando o paciente é magro.

        Muitas vezes a palpação não permite a realização do diagnóstico, daí a necessidade de utilizar exames complementares.

        Alguns aneurismas (poucos) são visíveis em RX simples de abdome.
    Ultrassonografia é o exame de escolha para o estudo dos Aneurismas; é um exame rápido, indolor, simples; que permite a medida precisa de sua extensão e diâmetro.

        Quando detalhes mais minuciosos são necessários, a Tomografia Computadorizada ou a Ressonância Nuclear Magnética podem ser utilizados.

    m homens com mais de 70 anos;
  • 20% dos parentes de indivíduos com Aneurisma de Aorta Abdominal.


    A tendência natural dos Aneurismas é o crescimento lento e progressivo do mesmo, o que ocorre em 80% dos casos. Eventualmente pode também ocorrer a manutenção do tamanho do Aneurisma com o passar do tempo, o que é observado em 20% dos casos.

    Os Aneurismas nunca diminuem de tamanho.

    Os Aneurismas que evoluem com o aumento de diâmetro (a maioria) geralmente são acompanhados de complicações, sendo a mais freqüente a ROTURA. 

    A rotura é uma situação de extrema gravidade devido à perda de sangue.

    Quando ocorre a rotura de um Aneurisma de Aorta, 50% dos pacientes não conseguem chegar ao hospital e apenas 50% dos que chegam conseguem sobreviver ao evento.

    Uma celebridade que teve a infelicidade e não sobreviver foi Albert Einstein.

    Hoje em dia, dispomos de mecanismos não invasivos que nos ajudam a encontrar os aneurismas com maior risco de rotura. A medida do tamanho e do ritmo de crescimento dos aneurismas nos oferecem esses dados.

    Estudos científicos demonstram que Aneurismas de Aorta Abdominal com diâmetro maior que 5 cm apresentam risco de rotura maior que 10% ao ano.
Aneurismas menores que 5 cm apresentam risco de rotura menor que 5% ao ano.
Aumento de diâmetro superior a 0,5 cm em 6 meses (aumento rápido) é indicativo de rotura. 




    Existem três formas de se tratar os pacientes com Aneurismas:

  • Tratamento Clínico
  • Tratamento Cirúrgico
    • Convencional
    • Endovascular

    Tratamento Clínico

        Consiste no controle dos fatores de risco e acompanhamento do tamanho do Aneurisma.

    Controle dos fatores de risco:
    • Interrupção do Habito de Fumar;
    • Controle da Hipertensão Arterial - 40% das roturas são acompanhadas de Hipertensão Arterial;
    • Controle da Hiperlipidemia.
    Acompanhamento do tamanho do aneurisma por:
    • Ultrassonografia;
    • Tomografia Computadorizada;
    • Ressonância Magnética.
        O tratamento clínico não leva a regressão do aneurisma e dificilmente impede a progressão dos mesmos. Deve ser instaurado nos pequenos, mas havendo aumento significativo de seu tamanho, deve ser indicada a correção cirúrgica do mesmo.


    Tratamento Cirúrgico

        O objetivo do tratamento cirúrgico é a exclusão do segmento dilatado e substituição por ponte artificial, constituída por tecido sintético.
    Hoje dispomos de duas técnicas para realização desse procedimento: Convencional ou Endovascular.

        A Cirurgia Convencional para correção dos Aneurismas vem sendo desenvolvida desde a década de 50.

        O Aneurisma é manuseado diretamente; a passagem de sangue pelas artérias é temporariamente interrompida e as próteses são costuradas em segmentos normais logo a cima e abaixo do aneurisma. O fluxo é finalmente restabelecido por um novo caminho, evitando o aneurisma, que é retirado.

        Após a cirurgia, a maioria dos pacientes é monitorizada em unidade de terapia intensiva por 24 horas a 48 horas e o tempo médio de internação varia de 5 a 7 dias. Após 1 mês de recuperação a grande maioria dos pacientes volta a vida normal.

    Tratamento Endovascular

        No início da década de 90, um novo método passou a ser empregado para a correção dos Aneurismas de Aorta Abdominal: Correção Endovascular.

        Uma endoprótese é introduzida no aneurisma através da artéria femoral (localizada na virilha), evitando-se a realização de incisões abdominais externas.

        Essa técnica vem se desenvolvendo de forma muito rápida, e hoje pode ser utilizada em quase todos os casos. É menos invasiva e oferece menor tempo de internação.

        Nosso grupo, o primeiro a introduzir essa forma de tratamento no país, vem realizando esse tipo de procedimento há 4 anos com resultados excelentes.


    RISCOS CIRÚRGICOS 
    • Cirurgia Convencional para aneurismas assintomáticos - 1 a 3% de mortalidade;
    • Cirurgia Convencional para Aneurismas que sofreram Rotura - 80% de mortalidade;
    • Cirurgia Endovascular para aneurismas convencionais - 1 a 3% de mortalidade.


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